Nossos próximos dez anos

Post date: Apr 2, 2012 8:01:06 PM

Texto de Denise Lino

A SEJA completa neste mês de abril 10 anos de fundação. Como se diz em jornalismo, esta é uma data redonda e como tal muito propícia a comemorações. De fato, temos muito a comemorar. Só para falar dos últimos três, desde que inauguramos a sede própria, dobramos todos os números. De cerca de 90 participantes nas reuniões de sábado, passamos para 250; de 40 nas quartas, passamos para 90; de cerca de 30 mães atendidas no DPS passamos para 140; de cerca de 60 evangelizandos entre crianças e adolescentes passamos para quase 200, considerados os três horários de funcionamento da tarefa; de um grupo de 15 sócio-fundadores e trabalhadores, passamos para uma equipe com quase 100, neste ano.

Evidentemente, esse crescimento não tem somente a ver com a SEJA, mas essencialmente com a pujança da mensagem do Espiritismo que, justamente no último lustro, ganhou ainda mais as ruas, as telas da TV e do cinema, a internet e mais textos foram publicados. Talvez a SEJA tenha, de alguma forma, sabido tirar partido desse crescimento nacional e tenha conseguido alocar mais gente num mesmo espaço.

Isto, porém, nos traz imensos desafios para os próximos dez anos. Dentre eles, destacaria a manutenção da atmosfera de família SEJA, que todos dizem perceber quando chegam à nossa casa. Começamos como um grupo de amigos do ideal espírita, e suas respectivas famílias, inspirados pela obra de Joanna de Ângelis, alguns eram amigos de longa data, outros mais recentes, logo, foi fácil, no começo, dar a tudo um ar familiar. O desafio, agora, é, com gente se acomodando em cada canto, não perder esse elo, essa vibração, esse bem-estar, não importa se quem está chegando está bem ou desconsolado. Importa é chegar e se sentir em casa.

Além desse desafio, eu diria que outro é manter chama do entusiasmo, aquela mesma que nos levou a, praticamente sem recursos, procurar um arquiteto de renomada reputação, propor que ele fizesse o projeto da SEJA e levar adiante, em nove meses, uma obra que em termos de pagamentos diretos custou R$ 160.000,00, fora as doações. Vi esse entusiasmo de frente, quando uma senhora do DPS me procurou, à época, e doou R$ 7,00. Era a contribuição dela para a compra do cimento, cujo saco custava o dobro de sua doação. Naquela hora, eu me vi vivendo várias histórias ao mesmo tempo - a do óbolo da viúva, a das mulheres piedosas que sustentavam a obra de Jesus, a dos trabalhadores da última hora, - e tendo a certeza de eram os espíritos que nos conduziam.

Outro importante desafio é a manutenção da fidelidade a Jesus, a Kardec e à obra de Joanna. Isto não significa dizer que não venhamos a estudar outros autores, faremos isto, sim, desde que as idéias estejam em consonância com as destes três, conforme preconiza o estatuto da instituição em seu artigo III, inciso primeiro.

Precisamos nos preparar para os próximos dez anos, a fim de que ao final deles possamos mais uma vez comemorar a vitória da fraternidade, do entusiasmo lúcido e da vivência evangélica, sem os quais a SEJA deixará de ser “uma casa abrigo para os fracos, porto de consolo para os sofredores, oásis dos desesperançados e oficina de trabalho para os otimistas”, conforme pensaram os seus fundadores.